terça-feira, 12 de maio de 2015

França passa a controlar entrada e saída de aspirantes a Jihad

França passa a controlar entrada e saída de aspirantes a Jihad
Luxor Obelisk, Paris, França (Foto: Ana Pacheco/Arquivo Pessoal)
Desde janeiro desse ano, após os ataques  em Paris que deixaram cerca de 17 mortos, o governo Frances vem tomando decisões que fazem parte de uma série de novas medidas contra o terrorismo, afim de impedir que cidadãos franceses ou de outras nacionalidades e residentes na França se juntem a grupos jihadistas no exterior. As novas medidas são polêmicas pelo fato delas poderem ser implementadas sem autorização judicial.

Centenas de combatentes devem retornara à França depois de ter passado períodos na Síria e Iraque ao lado de grupos jihadistas, por isso, a polícia  francesa criou um imenso aparato de vigilância para detectar eventuais terroristas. Entre as medidas, há um volumoso arquivo de fotos que servirá de base para interrogatórios. A princípio, no mês de março, seis passaportes e documentos de identidade foram confiscados e a intenção é bloquear mais outros 40 potenciais “aspirantes a entrar na Jihad”.

A discussão ronda em torno de como uma atitude de intervenção no controle de entrada e saída de  pessoas no país, se aplicado a outros imigrantes e turistas que chegam na França todos os dias pode influenciar na relação do país com o resto do mundo.

Segundo Ana Patrícia Pacheco, estudante brasileira residente em Londres, e que recentemente viajou à Paris, essas ações ainda não afetam os turistas como um todo, são aplicadas a casos suspeitos, mas a tensão existe, já que, mesmo viajando de países europeus o policiamento reforçado atrai a atenção dos turistas.

Em discurso, o ministro francês do interior Bernard Cazaneuve alegou que “se cidadãos franceses saem do país para cometer atos de violência no Iraque e na Síria, em seu retorno serão um perigo ainda maior.” E as atenções se redobraram, uma vez que cerca de 1.400 franceses ou residentes na França “estão em contato com jihadistas”, segundo dados apresentado por Manuel Valls, primeiro- ministro francês.

Apesar de se tratar de ações  sem autorização judicial, qualquer turista está sujeito a intervenções e interrogatórios, se a fiscalização entendê-lo como suspeito (claramente os que possuem histórico em relações com países simpatizantes à “guerra santa”, a princípio).

“Não é o caso de estourar uma guerra” brinca a bacharel em relações internacionais Michelle Alves, “ mas, certamente as relações entre a França e os demais países tendem a serem mais cautelosas. O importante é que as medidas tomadas sejam mui bem esclarecidas, afim de se evitar conflitos”.

Países como a Alemanha, o Reino Unido, Canadá, Estados Unidos e Espanha também tomaram atitudes semelhantes, confiscando passaportes de candidatos jihadistas nesses países. O Reino Unido e a Holanda já foram mais longe  até, retirando a nacionalidade dos cidadãos que, depois de terem combatido juntos ao Estado Islâmico, passaram a ser considerados perigosos para o país.


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